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Decíale, entre otras cosas, don Quijote que se dispusiese a ir con él de buena gana, porque tal vez le podía suceder aventura que ganase, en quítame allá esas pajas, alguna ínsula, y le dejase a él por gobernador della. Con estas promesas y otras tales, Sancho Panza, que así se llamaba el labrador, dejó su mujer y hijos y asentó por escudero de su vecino.»
Sancho Pança é o personagem de figura cómica, baixinho, atarracado e montado num burro, numa representação genial dos limites de uma realidade mesquinha e medíocre, dando-se o encontro no cap. 7), e surgindo como contraponto ao esbelto fidalgo Dom Quixote, cavaleiro, que persiste em lutar contra moinhos de vento ou rebanhos de ovelhas, e que teima em defender “sonhos maiores do que nós”.
Nesta história fantástica, El Ingenioso Hidalgo Don Quixote de la Mancha ( cuja a 1ª edição data de 1605), temos Pança a acompanhar o anti-herói (que afinal é o heroi da história), caracterizado como “cavaleiro da triste figura” mas contendo nessa solidão toda a fragilidade e grandeza Humana. Num mundo de hoje, rápido e desumanizado, essa fragilidade é tocante, opondo uma idealista honra “quixotesca” (termo, de entre outros, com origem acrescentado ao dicionário) a uma muito concreta, pragmática «adaptação à ordem de valores vigente, mais do que aceitação dela.» (Maria Teresa Nunes)
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