quarta-feira, 7 de maio de 2008

Desassossego...


"Há um desassossego em mim, um desassossego bizarro, diabólico, que poderia ser produtivo se eu o soubesse utilizar. Um desassossego criador. Não se trata de um desassossego do corpo. Nem mesmo uma dúzia de excitantes noites de amor lhe conseguiriam pôr fim. É um desassossego quase "sagrado".

(...)
Às vezes desejava estar numa cela conventual, com a sabedoria sublimada de séculos nas prateleiras de livros ao longo das paredes, e com vista para as searas - têm mesmo de ser searas e também de ondular - e aí eu quereria aprofundar-me nos séculos e em mim mesma, e, com o correr do tempo, viriam então o sossego e a clareza. Mas assim não custaria nada. Aqui, neste lugar, neste mundo e agora, tenho de alcançar o entendimento, o sossego e o equilíbrio. Tenho de me lançar na realidade repetidamente, tenho de me explicar tudo o que surge no meu caminho, o mundo exterior precisa de receber sustento do meu mundo interior e vice-versa, mas é tudo tão extremamente difícil, e porque é que tenho esta sensação de sufoco por dentro?"

1 comentário:

Anónimo disse...

uma dúzia, não digo... mas meia, ou mesmo quatro




ou três


ok, uma


uma dúzia de dúzias, claro... chama-se a isso uma...

grosa.